Transformação digital: o mundo não é mais como era antigamente
As pessoas falam (bem ou mal!) de produtos e serviços que consomem; são elas as fomentadoras de opinião. E por isso o seu produto e serviço será ou não vendido
Muito se fala em transformação digital, mas como isso tem impactado nas empresas e mudado a forma de enxergar o seu produto, o seu serviço e cliente? Primeiramente, é importante saber de onde vem toda essa transformação digital. A transformação digital vem das pessoas. Desse movimento sócio-tecnológico.
Tenho batido muito nessa tecla: que a forma das pessoas lidarem em seu meio ambiente mudou. A forma de interagirem com outras pessoas e com as marcas mudou. E nós, profissionais de marketing e empreendedores, precisamos mudar junto.
A invasão da tecnologia na vida nas pessoas é construída a partir da tecnologia, fundamentalmente da digital, que aconteceu e continua acontecendo. Em razão disso, as empresas, querendo ou não, precisam atentar para essa nova forma de se comunicar.
O marketing de hoje não é mais o mesmo. As empresas não falam de si e não entregam informações e produtos. Esse trabalho se inverteu. As pessoas falam de produtos e serviços (bem ou mal!) que consomem. São elas as fomentadoras de opinião. E por isso o seu produto e serviço será ou não vendido.
As respostas do movimento social e da evolução tecnológica é que fizeram com que as empresas de tecnologia, como as startups e scale-ups, tivessem a necessidade de evoluir. Movimento esse aderido pelas grandes companhias, inicialmente, e hoje qualquer mercadinho, petshop ou barzinho da esquina sentem a necessidade de aderir a esse movimento.
Nós, como profissionais de marketing e empreendedores, temos o desafio e a obrigação de nos atualizar com toda essa tecnologia digital que afeta o nosso negócio e entender por que a sociedade se transformou, primeiramente nas academias onde elaboraram as plataformas tecnológicas, depois nas empresas de tecnologia e laboratórios que contribuíram para implementar e disseminá-la e disponibilizá-la para toda a sociedade em que estamos inseridos.
É latente e percebível que a comunicação está descentralizada. Qualquer indivíduo da atualidade detém informação, contribui com produção de conteúdo e o dissemina. Junto disso, obviamente, vêm os dissabores das fake news mas, na maioria das vezes, são conteúdos, relevantes ou não, verdadeiros ou não, que tacham as marcas como boas ou ruins.
É importante dizer que as culturas empresariais não foram feitas para serem modificadas, e sim tradicionalizadas, e darem segurança para a operação. Sendo assim, resistem às mudanças. Porque mudar a cultura de uma empresa é complexo se, integralmente, muda-se a essência. E existe uma forma correta de fazer essa transformação digital. Desde 2014, o Gartner tem aconselhado a fazer isso através da Teoria Bimodal. Uma vez que a única constância é a mudança, utilizar a Teoria Bimodal pode ser a solução. E o que vem a ser Teoria Bimoldal?
A revolução digital está aí transformando a vida. Hábitos e costumes de todas as pessoas estão em constante mudança. Isso vale para as pessoas e mercados que precisam se espelhar nesse novo consumidor. A Teoria Bimodal consiste de duas partes distintas em funcionamento nas empresas. Se, por um lado, o gestor tem como objetivo arraigar os conceitos de missão, visão e valores da empresa e tudo o que tem a ver com a sua essência, e assim, garantir o pleno funcionamento das tarefas diárias dos colaboradores nesse sentido. Por outro lado, vem a necessidade imposta pelo mercado e consumidores com todo esse avanço tecnológico.
As culturas organizacionais não são fáceis de serem mudadas e, particularmente na minha opinião, nem devem. Existe uma frase bastante difundida em administração de empresas que diz o seguinte: não mudamos princípios, mudamos processos. Então, o Bimodal vem para contribuir para que esses processos se mudem para formas mais ágeis sem que mudemos os princípios. O papel do gestor não é deixar ambas distintas e separadas, pelo contrário, elas precisam atuar de maneira interligada e harmônica.
Se pudéssemos desenhar esse conceito, que inclusive é bem difundido entre líderes e pensadores do meio corporativo, conforme bem descrito por Pyr Marcondes, diretor-geral da M&M Consulting, em entrevista disponível no YouTube, teríamos: um triângulo tradicional que podemos chamar de “Legado da Empresa” e um triângulo invertido que é tudo o que for relacionado a “Inovação da empresa”. O conceito diz: mantenha a tradição funcionando e crie uma outra área onde a inovação possa ser mais possível e mais rápida. Quando sobrepomos os dois triângulos, o ponto de interseção (que seria a base dos triângulos na forma original), são os princípios da empresa, a essência que não se muda. As extremidades é por onde ocorrem a inovação e a transformação digital.
A pergunta que não se cala: onde deve haver transformação digital em uma empresa?
Toda empresa possui perfis diferentes. Os que se encaixam melhor em Modal 1 e em Modal 2. Para que as transformações ocorram e gerem melhores resultados é necessário que esses dois perfis se conversem. Enquanto o perfil 1 foca na estrutura para integrá-la nas operações cotidianas, o perfil 2 garante a inovação e a transformação tecnológica. É possível fazer a transformação digital, mesmo que não seja fácil, utilizando essa teoria entre o que não se muda e o que deve ser mudado, obtendo essa unidade de transformação com abertura para trazer novas tecnologias e desenvolvimento de novos negócios, para dentro de casa.
É importante dizer que essa transformação nunca estará pronta. A renovação precisa ser permanente. É um motor permanente de transformação que não terá fim. A empresa estará sempre em momento beta. Um projeto terminado é um projeto obsoleto.
Na linha histórica de grandes transformações, as mudanças sempre foram lineares. Na evolução tecnológica essa transformação é exponencial. A ideia de aceleração exponencial é muito ligada às tecnologias e à inteligência artificial que aprende consigo mesmo e por isso os picos exponenciais.
Esteja pronto pra toda essa mudança e a sua empresa sobreviverá.
Fonte: meioemensagem